Total de visualizações de página

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Síria ante iminente guerra civil

Ontem, em aguardada tomada de posição sobre o conflito na Síria, o Conselho de Segurança da ONU, decepcionou aqueles que clamavam por decisões duras e uma condenação ao governo de Bashar Al-Assad. Enquanto EUA, França e Reino Unido votaram a favor de condenar a ação do governo sírio, Rússia e China se opuseram, impedindo que a resolução tenha algum valor, além do puro simbolismo. Na verdade é preciso dizer que os EUA e seus aliados jogaram para a plateia mais uma vez. Sabia-se que a Rússia, aliada de Assad, não votaria contra seu governo. Por isto havia a chance de uma resolução condenatória com tons mais leves e criticando os excesso dos dois lados do conflito sírio, como queria a Rússia. Mas, em uma tentativa de isolar China e Rússia, os Estados Unidos decidiram votar o texto condenando apenas o governo da Síria. O que se espera, e sabemos que vai acontecer, é que o conflito recrudesça e a situação chegue a um ponto de impasse tal que não restará outra saída para Rússia e China a não ser aceitar uma condenação e a exigência da saída imediata de Assad do poder.

Bashar Al-Assad chegou à presidência da Síria em julho de 2000, após a morte de seu antecessor, seu pai, Hafez Al-Assad. Devido às suas características conciliadoras e uma formação em medicina, muitos acharam que ele promoveria algumas reformas no país, o que acabou não ocorrendo, decepcionando a população. Seu pai havia governado por trinta anos seguidos, com apoio dos militares, mantendo uma ditadura sob o disfarce de regime democrático, visto que há eleições periódicas. O problema é que só há um partido, o Baath, e só ele indica candidatos. Além disso, o controle do governo está nas mãos da minoria Alauíta, islâmicos que representam menos de 10% da população.

O levante popular teve início em março de 2011, no rastro dos acontecimentos da chamada Primavera Árabe e já se prolonga por 11 meses. A resposta do governo aos manifestantes e oposicionistas tem sido o massacre sistemático, não aceitando qualquer tipo de negociação, ou relaxamento da repressão. Fontes da oposição afirmam que entre sexta e sábado últimos, o governo teria assassinado cerca de 260 pessoas na cidade de Homs, contribuindo para a agudização do conflito. O governo nega esta informação e diz que é propaganda da oposição no justo momento em que o Conselho de Segurança da ONU iria votar a proposta de resolução sobre a Síria. Como os jornalistas estrangeiros estão proibidos de entrar no país, há grande dificuldade para confirmar as informações dos dois lados do conflito. Porém, observadores da Liga Árabe, que pede a saída de Assad do poder, confirmaram que o governo está utilizando inclusive artilharia pesada contra a oposição e a população, de forma indiscriminada.



PINHEIRINHO

Para não cair no esquecimento. A barbárie da polícia de São Paulo, ordenada pelo judiciário e avalizada pelo governo do estado mostra o quanto a justiça neste país ainda está a serviço das elites. O terreno em questão, pertence a uma empresa em processo de falência. Empresa esta do megaespeculador Naji Nahas, preso alguns anos atrás(mas rapidamente libertado) por quase quebrar a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Vender o terreno ajudaria no processo de liquidação da empresa de Nahas e ainda sobraria algum. Ocorre que aquelas 1500 famílias estavam ali desde 2004 e havia todo um processo de negociação em curso, envolvendo inclusive o governo federal. A possibilidade mais viável seria a desapropriação por interesse social(o governo pagaria o preço justo pela terra aos proprietários). Como há grande facilidade de alguém muito rico obter decisões favoráveis junto ao Judiciário brasileiro, ocorreu o que se viu. Sem aviso prévio, as 6h da manhã, quebrando tudo, destruindo os bens das pessoas e não oferecendo nenhuma opoção de abrigo, o governo de São Paulo, através de sua polícia militar despejou cerca de 5 mil pessoas. Sem dúvida ainda falta muito para que haja democracia de fato neste país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário